The Pioneering (Wonder) Woman: uma heroína da fronteira americana
RESUMO:
Neste trabalho, proponho que Martha Graham, em sua fase de danças nacionalistas denominada “Americana” (1935 – 1944), consegue relacionar suas coreografias, em especial “Appalachian Spring” (1944), com a cultura nacional americana e construir sentidos de identificação através da narrativa de uma nação, conceito apresentado por Stuart Hall (2005). Nesse viés, pretendo mostrar que a dança de Graham consegue (re)contar histórias da nação, (re)afirmando a cultura nacional e transmitindo esse discurso ideológico, como observo no ensaio de Janet Eilber (2000), que comparo a um relato de experiência etnográfica, onde está presente a alegoria ou uma prática de narrativa ficcional. Reflito sobre a responsabilidade do artista em relação aos sentidos incontroláveis ou múltiplos significados que um trabalho de dança pode produzir.
Neste trabalho, proponho que Martha Graham, em sua fase de danças nacionalistas denominada “Americana” (1935 – 1944), consegue relacionar suas coreografias, em especial “Appalachian Spring” (1944), com a cultura nacional americana e construir sentidos de identificação através da narrativa de uma nação, conceito apresentado por Stuart Hall (2005). Nesse viés, pretendo mostrar que a dança de Graham consegue (re)contar histórias da nação, (re)afirmando a cultura nacional e transmitindo esse discurso ideológico, como observo no ensaio de Janet Eilber (2000), que comparo a um relato de experiência etnográfica, onde está presente a alegoria ou uma prática de narrativa ficcional. Reflito sobre a responsabilidade do artista em relação aos sentidos incontroláveis ou múltiplos significados que um trabalho de dança pode produzir.
PALAVRAS-CHAVE: dança moderna americana, Martha Graham, identidade nacional.
(Trabalho que será apresentado como comunicação oral e publicado na íntegra, no V Colóquio Internacional de Etnocenologia, em Belo Horizonte, em agosto de 2009).
Sobre esse trabalho, proponho uma reflexão do papel do artista, do coreógrafo e do bailarino, no sentido de perceber que sua obra é sempre passível de leituras diferentes. Uma reflexão para o papel do pesquisador em dança, que deve estar comprometido politicamente, não na busca de uma verdade – mas, consciente de que existem várias verdades - uma reflexão sobre a forte relação entre arte e política sendo esta relação uma possibilidade do trabalho artístico.
Busco chamar atenção à necessária responsabilidade do coreógrafo/ intérprete de dança da atualidade no que concerne ao tipo de dança que produz e às implicações políticas que são sempre inerentes de seu processo, pesquisa ou configuração de dança.
Não quero impor um modo de ver as coisas, um modo de vida. Nem quero julgar as opções de outros artistas. Mas, sou também um artista, e imagino.
Tenho idéias, aspirações e proposições para uma realidade em constante transformação. Acredito que todo artista é uma Maravilha... Mesmo sem um “laço mágico” ou “jato invisível”.
E acredito também que a “Sala de Justiça” é uma ilusão. Mas, certamente, todo artista - e pesquisador – detém “poderes especiais”: o de (re)criar, (re)contar ou (re)inventar histórias. “Verdadeiras” (se é que elas existem) ou não...
[...] se estamos condenados a contar histórias que não podemos controlar, pelo menos não contemos histórias que acreditemos serem as verdadeiras (CLIFFORD, 1998, p. 95-96).
CLIFFORD, James. Sobre a alegoria etnográfica. In: ___. A experiência etnográfica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, cap. 1, 63-99.
EILBER, Janet. Becoming the Pioneering Woman. Souvenir program for 2000 MGDC Tour, 2000. Disponível em:
<http://www.virginiaartsfest.com/downloads/sails/2005/MarthaGraham/mg_pioneeringwoman.pdf>. Acesso em: 01 de maio de 2008.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! Te respondo assim que puder.
Thanks for your add! I´ll send you an answer as soon as possible.